Em março, viajei em férias ao lado da minha esposa Lorena para Buenos Aires. Fomos de Belo Horizonte ao Rio de Janeiro de avião e de lá até a Argentina de navio. O retorno de Buenos Aires à Belo Horizonte foi feito em avião dez dias depois do início da viagem. Abaixo, o relato do primeiro dia de viagem.
Dia 01 – segunda-feira,
05 de março de 2012
Ao
desembarcar do ônibus Conexão Aeroporto em Confins, percebo haver agora um
cercadinho (desses que são feitos para organizar as filas em banco) ao redor das malas antes destas serem entregues aos passageiros. A novidade é bem vinda, pois evita a confusão de cada um por si querendo apanhar suas malas antes dos demais. Enquanto não houver civilidade no nosso país, o jeito é, sinceramente, nos tratar como criancinhas.
(Aliás,
vocês sabiam que em Confins, após apanhar as malas na esteira do desembarque,
não há ninguém para verificar seu canhoto de bagagem? Ou seja, se você demorar para descer do avião e tiver algum gatuno no
vôo, ele poderá sair com sua Louis Vuitton pelo portão de desembarque na maior tranquilidade).
Após rápida passagem pela micro livraria de Confins, vou para aquela que é a melhor loja de comidas do aeroporto: o Viena Café, localizado na sala de embarque em frente aos portões C5, C6 e C7. Porém, os
preços são tão salgados quanto aos das demais lojas: espresso ou
pão de queijo custam R$ 3,10. Como a maioria das companhias aéreas
não oferecem comida à bordo, recomendo comprar uma fatia das deliciosas
tortas doces da Viena para fazer inveja ao passageiro que sentar ao seu lado no
avião.
No "papel de embarque" (digo "papel" porque agora recebemos no check in um pedaço de papel e não mais um "cartão", como acontecia até pouco tempo atrás) não estava escrito o número do portão de
embarque. No monitor que mostra os números de vôos com seus respectivos
horários de partidas, também não havia tal indicação. Como devo saber onde será o embarque? Pois é... Não faço a mínima ideia. Por sorte, a minha esposa Lorena ouviu a chamada do voo enquanto eu estava concentrado na
leitura de Sangue, Ossos e Manteiga, de Gabrielle Hamilton.
Sangue, Ossos e Manteiga,
minha leitura no trecho inicial da viagem
Se nos dias de hoje alguém conseguir embarcar e desembarcar em um finger (aqueles tubos que nos levam até o avião), deve ir correndo jogar na Megasena, pois é um sortudo.
Na
porta do avião da Webjet, a aeromoça entrega aos passageiros cardápios que
indicam as comidas vendidas à bordo. Combo de sanduíche com refrigerante em
lata e barra de chocolate Charge custa R$ 18,00. Já um copo de sopa (isto
mesmo, copo de sopa!) Cup Noodles (uma espécie de Miojo) é vendido por R$
10,00. Cafezinho custa R$ 3,00. O pagamento, conforme escrito no cardápio,
somente pode ser feito com dinheiro.
Outra novidade que descubro no meu primeiro vôo pela Webjet é que as poltronas não reclinam nem mesmo um único grau.
Navios ancorados no Cais do Porto. O Costa Mágica é o da esquerda da foto.
No banheiro do aeroporto Santos Dumont, tenho a agradável surpresa de ver a existência de uma pia mais baixa que as demais para ser utilizada por cadeirantes.
No trajeto entre o Santos Dumont e o porto, percebo que o “ixperto” do taxista não ligou o taxímetro. Quando pergunto o que aconteceu, ele me informa que o preço da corrida é R$ 25,00. É lógico que o questiono e pergunto desde quando existe esta “regra”. Ele desconversa. Por sorte, o taxista estaciona no porto ao lado de um posto policial. Digo que vou verificar com os policiais se o preço é este mesmo e se a regra de não ligar o taxímetro é algo comum no Rio de Janeiro. Na mesma hora, o taxista abaixa o preço para R$ 15,00.
Em
vários restaurantes do Rio de Janeiro – como no que existe no 2º andar do
aeroporto Santos Dumont e no Galeria do Cais, no porto – pode-se encontrar
tortas doces bem saborosas de uma empresa chamada Dolceria Di Norma, que foi fundada em 1985. Recomendo a torta crocante de
doce de leite, apesar de ser um pouquinho doce demais para o meu paladar.
Antes
de embarcar no navio, deixo as malas num determinado local no Cais do Porto com uma etiqueta entregue pelo agência de viagem que indica o número da minha cabine, para onde seguirão.
A
imponência de um navio ancorado impressiona qualquer um. E mais ainda quando pensamos que o Costa Concordia “tombou” no Mediterrâneo por causa da barbeiragem de um comandante.
A imponência do Costa Mágica
Local de embarque no navio
No local de entrada do Costa Mágica, um funcionário tira uma foto que é imediatamente anexada ao meu cartão de acesso à cabine. Este servirá para me identificar sempre que entro ou saio do navio durante o trajeto até Buenos Aires, destino final da viagem.
Subo
no elevador do navio até o 8º andar (o elevador central vai até o 11º andar),
onde está a minha cabine, a 8437, que fica na popa (traseira) do navio. Sigo
até o quarto para deixar as bagagens de mão.
O
quarto é bastante confortável. Tem bom tamanho, cama tamanho queen, ar
condicionado central, frigobar, televisão (via satélite com canais da tv aberta
brasileira), varanda e um banheiro com chuveiro de ótima pressão.
Quarto com vista para o mar e varanda
Sigo
para o Bellagio, o restaurante de
“comida de carregação” que fica no 9o. andar do navio. Ou seja, é um restaurante estilo bandejão cujo bufê que
sempre tem pizzas, saladas, massas, e alguns pratos do dia. Este é o local para quem não gosta (ou não consegue) cumprir os horários dos demais
restaurantes do navio, cujo serviço é a la carte. Exemplo: café da manhã, de 7h às 9h; almoço, de 12h às 13h45.
Bebidas
como refrigerantes, cervejas, vinhos e espressos são pagos à parte e creditados
no seu cartão Costa Mágica. No último dia, basta somar todas as despesas deste
cartão e pagá-las com um cartão de crédito internacional.
Cada
funcionário do navio tem um crachá com o seu nome e uma bandeira que representa
o seu país onde nasceu. Assim é possível saber que língua falar com cada
funcionário. Se for brasileiro, basta falar português (é lógico). Mas se for conversar com os demais
(como com os muitos indianos e filipinos que trabalham na embarcação), o ideal é falar em inglês ou tentar arranhar um
portunhol.
Percebo
que a maioria dos passageiros (90%?) são de argentinos. Há
muitos idosos a bordo.
Vou
até um salão para tentar trocar o horário do meu turno no jantar. Explico: há
dois turnos, o primeiro, das 19h45 às 22h, e o segundo, das 22h15 à 0h. O meu
turno estava marcado como o primeiro, o que impossibilitaria ver a noite cair no deck do navio. Após
muito implorar (em inglês) pela mudança para o segundo turno para um alemão chamado Thomas, ele finalmente acata o pedido e realiza a
troca.
Por volta das 17h30 subo para o deck do navio para ver o pôr do sol e zombar dos motorista da linha vermelha, que passa ao lado do navio.
Piscina Central do Costa Serena.
O navio tem até toboágua!
Deck do Costa Mágica
Hora do rush no Rio de Janeiro clicada de dentro do navio
Para mim, a melhor hora para ir ao deck é no final da tarde,
quando é possível até escolher em que espreguiçadeira ficar
O deck central visto de outro ângulo
Decido ficar cozinhando por alguns minutos na jacuzzi antes de ir conhecer a sala de ginástica.
Piscina principal do navio e jacuzzis
Navio da Pullmantur deixando o Cais do Porto
Ao fundo, a Ponte Rio-Niterói
Deixo a jacuzzi para ir conhecer a sala de ginástica. Os equipamentos são de primeiríssima! Além da sala de ginástica, há sauna seca e a vapor, uma piscina coberta e outra jacuzzi. Hpa também um vestiário bem espaçoso.
Por volta das 19h40, Lorena
e eu subimos ao deck do navio para ver o Costa Mágica zarpar do porto do
Rio. É uma imagem lindíssima, mesmo à noite. O forte apito do navio ao deixar o
porto (que lembra o som emitido pelos ETs em Guerra dos Mundos) arrepia mais uma vez.
É deslumbrante
o instante em que o navio passa perto do Santos Dumont. Acompanhamos os aviões passando sobre nossas cabeças instantes antes de pousar.
A
noite estava nublada e com névoa, não permitindo enxergar o Cristo
Redentor. Mas, durante cinco segundos, poucos antes de passarmos em frente ao
Pão de Açúcar, a camada de névoa se descortina para revelar a famosa estátua, encantando os argentinos e brasileiros que estão no deck.
Na porta do restaurante, às 22h15, Thomas
recebe Lorena e eu com um sorriso solicito. Rapidamente ele nos consegue
uma mesa. Pedimos um vinho toscano rosê, Cipresseto Rosato, que custa modestos
21 dólares a garrafa.
Sobre a mesa do jantar, há pães quentinhos em uma cesta cobertos por guardanapo de pano. Na primeira noite, as opções do jantar são:
Cipresseto Rosato, bom vinho toscano
que custa U$ 20 a garrafa
Sobre a mesa do jantar, há pães quentinhos em uma cesta cobertos por guardanapo de pano. Na primeira noite, as opções do jantar são:
Entrada:
Salada Caesar ou Salada Caprese ou Terrine de Legumes;
Primeiro
prato: Sopa fria de alho-poró ou Sopa Funghi com torrada de alho;
Segundo
prato: Spaghetti Carbonara ou Penne ao Pomodoro;
Prato
Principal: Lula recheada com legumes ou Filé com batatas ou frango com arroz ou
lasagna de ricota;
Sobremesa:
Profiteroles ou Pudim de Arroz ou Parfait com Campari ou Sorvetes diversos.
Opto
por Salada Caprese, Sopa fria de alho-poró, Spaguetti Carbonara, Lula recheada
com legumes e, de sobremesa, Profiteroles. Gostei bastante da Caprese, da sopa e de spaguetti.
(OBS: com o passar dos dias, percebo que as opções mais saborosas costumam ser as massas, as saladas, as sopas, e os peixes e frutos do mar.
(OBS: com o passar dos dias, percebo que as opções mais saborosas costumam ser as massas, as saladas, as sopas, e os peixes e frutos do mar.
Ah,
outra coisa: há opção de queijos antes da sobremesa (é claro que aceitei).
Antes
de seguir para a cabine, dou uma volta pelo deck. Deserto e
agradabilíssimo. Pelo jeito já estamos em alto-mar e bem longe da cidade do Rio de
Janeiro.
Um comentário:
Fico feliz que teve uma boa viagem. Utimamente não se ouve boas notícias de cruzeiros...
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