23.2.12

CBN Sabores BH - 20.02.2012 - Os (altos) preços dos restaurantes em BH

Neste programa, conversei com o Marcelo Guedes sobre quais seriam os motivos dos altos preços que são cobrados por muitos restaurantes em Belo Horizonte. 

Afinal, por que está tão caro sair para jantar na capital mineira e/ou no Brasil? Nossos preços estão até mesmo mais altos do que os de muitas casas nos Estados Unidos e países europeus.

Repercuti a ótima coluna do Léo Noronha, do jornal O Tempo, que foi publicada na sexta-feira, dia 17/02, e fez uma análise sobre a alta dos preços dos cardápios.

Abaixo, alguns trechos da coluna do Léo Noronha que selecionei para repercutir no CBN Sabores:


[Em relação à possibilidade dos preços dos restaurantes recuarem] "não acho que haja considerável margem de manobra para reduzir custos, em se tratando de serviço à la carte e noturno, especialmente. A não ser que se fale em sacrifício da qualidade dos ingredientes e, sobretudo, da mão de obra!"


(...) 

"Novas tecnologias, como aquela esteira rolante que traz a iguaria ao comensal em contemporaníssimos restaurantes japoneses, podem até parecer  chiques, como de início achávamos que fossem os bancos 24h. Mas, nada na linha do autosserviço suprime a sensação propiciada por atendimento clássico, à moda francesa, com um garçom bem uniformizado, gentil e solícito. Ou a alegria advinda do sorriso e da camaradagem de um garçom vocacionado. Só que esse tipo de coisa custará cada vez mais caro, até se tornar uma raridade".

(...)

"Na hora do almoço, a sobrevivência fala mais alto. Só se encontra comida a quilo, que aumenta a margem de lucro das empresas. De noite, o sonho, o idílio e a gastança entram em cena, abrindo espaço para iniciativas que extrapolem o pasto".

(...)

"Se a americanização do mundo trouxe consigo o fast food, a comida industrializada, isso que estou chamando de "chinesização" representará a intensificação desse processo [diminuição do chamado "serviço" nos restaurantes ou "robotização" do serviço], com a formação de um enorme contingente de consumidores cuja fome será mais e mais aplacada com a ração básica". 

(...) 

"Desaparecerão progressivamente queijos, vinhos, pães e embutidos franceses e italianos com alto teor de subsídios governamentais na sua confecção? Desaparecerão ristoranti classe A? Penso que não. Apenas se tornarão bens para cada vez menos gente".

Comentei com o Marcelo o quanto são perigosas as máquinas que servem comidas e bebidas e encantam muitas pessoas (como a Nespresso - que confesso adorar), pois estas podem acabar eliminando um profissional (como o barista).

Também observei que existem casas com preços "altos" que valem a pena e destas saímos felizes. Porém, há outras com preços "altos" que acabam se tornando "caras", pois não valem o que cobram.  Caberá ao público, cada dia mais, saber diferenciar o que é gato e o que é lebre.



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Um comentário:

Leo Beraldo disse...

Talvez seja por essas e outras que as pessoas investem cada vez mais em uma boa cozinha e em um ambiente onde possam receber as pessoas. As casas são as maiores concorrentes dos restaurantes, basta saber cozinhar bem.