Recomendo o filme argentino Um Conto Chinês (disponível em DVD), com o ótimo ator Ricardo Darín (de O Filho da Noiva e O Segredo dos Seus Olhos).
Durante o letreiros finais, pensei: "por que será que o cinema brasileiro não consegue contar histórias como esta? Simples, interessante e poética". Nossos dramaturgos e roteiristas deviam passar um ano sabático na Argentina para descobrirem como contar uma história.
Um Conto Chinês tem como protagonista o personagem Roberto (Darin), dono de uma loja de ferramentas em Buenos Aires que, de repente, se vê eticamente obrigado a abrigar em sua casa um chinês que não fala nenhuma palavra de espanhol. Roberto tem como hobby o inusitado hábito de colecionar notícias absurdas de jornais.
Dia desses, li no blog do Fim de Expediente uma notícia que aconteceu no Brasil que certamente entraria para a coleção de Roberto. Vejam só o que o José Godoy, apresentador do Fim de Expediente, escreveu:
"A trajetória do mecânico Marcos Mariano da Silva é daquelas que faria qualquer governante sério ir à tevê e se autopenitenciar como fazem os orientais. Preso em Pernambuco no lugar de um homônimo, contraiu no período de detenção tuberculose e ficou cego por conta de um estilhaço de bomba. Foi libertado seis anos depois, mas três anos depois numa blitz foi reconhecido por um PM, e mandado por um juiz, que não se dignou a checar o processo, novamente para a cadeia. Processou o Estado e ganhou o direito de ser indenizado. O Estado vergonhosamente recorreu a todas as instâncias. Na terça, Marcos Mariano venceu no STJ, última parada do processo. Deitou-se para descansar e não acordou mais".
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