22.7.10

Frango ao molho pardo? Em São Paulo? Nem pensar!

A jornalista Luiza Fecarotta publicou ontem, dia 22 de julho, no jornal Folha de São Paulo uma interessante matéria sobre a dificuldade de encontrar galinha (ou frango) ao molho pardo na capital paulista.

Intitulada "Galinha ao molho pardo está quase instinta em São Paulo", a reportagem alerta que "a tradição [de comer frango ao molho pardo] está ameaçada: não há sangue certificado disponível. Quem vende o produto está ilegal. Não há lei que proíba a venda, mas há a exigência de registro no Sistema de Inspeção Estadual comprovando que o procedimento (caro e delicado) está regularizado. Esqueça a alternativa de comprar a galinha viva e abatê-la. É proibido, segundo a Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado (SP) (...) segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o transporte [de sangue de frango] de um Estado para outro também é ilegal: o órgão não registra "sangue de ave para fins comestíveis, apenas para industrialização".

Frango ao molho pardo em SP? Só se for na ilegalidade.



Assim, pelo jeito, nós belo horizontinos, neste quesito (o de poder saborear frango ao molho pardo), somos privilegiados em relação aos paulistanos. Pois temos o restaurante Maria das Tranças, que serve o prato desde 1950.

Aproveito a oportunidade para informar que estou neste momento trabalhando no livro comemorativo sobre os 60 anos do restaurante. A obra deve estar pronta em meados do segundo semestre.

2 comentários:

Kika e Zane disse...

Realmente é um privilégio, pois, o frango é excelente o ambiente é agradavél e o atendimento muito bom!

Anônimo disse...

Infelizmente não deve ser por muito tempo, pois a determinação legal que impede a comercialização do frango abatido na hora e do sangue, necessário para o “molho pardo”, serve para todos os Estados de nosso país. Acaso ainda seja possível o comércio do frango abatido na hora com seu respectivo sangue em pequenos abatedouros em MG é, tão somente, porque a vigilância sanitária deste Estado está fazendo vistas grossas ou é inoperante. Fato é que, por determinações legais, seja na esfera Federal, Estadual ou Municipal, o comércio do frango abatido na hora com seu respectivo sangue no abatedouro da esquina está proibido. O que é uma pena, pois o prato “frango ao molho pardo” é uma delícia. E é uma pena também porque, com tais medidas legais, o número de desempregados no segmento tende a aumentar. Somente em Salvador-Ba, mais de 300 abatedouros foram fechados desempregando mais de 3000 pessoas. Entendo que cuidados com a higiene dos alimentos devam ser rigorosos, entretanto não há qualquer normatização para que os pequenos abatedouros se regularizem. As normas existentes servem apenas para grandes abatedouros o que torna o negócio economicamente inviável para os pequenos estabelecimentos comerciais. Além do mais, como bem dito na matéria, não há previsão para comercialização do sangue como alimento. Assim, em linhas gerais, já é possível dizer que o frango ao molho pardo é um prato ilegal, pois quem vende seus ingredientes o fazem na clandestinidade. Agora, convenhamos, quantas pessoas já adoeceram ou morreram por causa do frango ao molho pardo?