Logo nos primeiros quilômetros, dei de cara com uma agradável surpresa. Às margens da rodovia encontrei barraquinhas de pescadores que vendiam lagostas frescas. Freei o carro e fui fotografá-las. Ao perguntar o preço, quase desmaiei: cinco ou seis lagostas, o que totalizava cerca de 1 kg, ao preço de 25 reais.
Lagostas à beira da estrada
A primeira parada programada foi na barraca/bar/restaurante Hibiscus. Situada num condomínio fechado, na Praia de Ipioca, fica de frente para um mar que o convida ao mergulho. O local é sofisticado, com jardim bem cuidado, quiosques de sapê, espreguiçadeiras, redes, e até sofás. Há consumação mínima de 25 reais por pessoa, o qual é facilmente gasto com caipiroscas de frutas e tira-gostos. Ao estudar as pessoas que freqüentam o Hibisco, noto, pelos óculos e bolsas de grife, que representam a classe média alta de Maceió.
O agradabilíssimo Hibiscus
Após rodar algumas dezenas de quilômetros, avisto às margens da estrada uma manada de búfalos se divertindo com banhos de lama. Paro o carro e dou umas clicadas em minha câmera. Minutos depois, chego ao Búfalo Bill, uma pequena loja que comercializa queijos, lingüiças, carnes, doce-de-leite: tudo feito de búfalo. Do lado de fora, há uma modesta churrasqueira que prepara as lingüiças e os espetinhos de carne e de queijo que são vendidos no estabelecimento. Assim, os clientes podem provar de imediato os produtos vendidos na loja e, se gostarem, levar para casa. Para apaziguar o calor africano, uma tenda foi montada no local para dar sombra aos clientes. Saboreando queijo grelhado de búfalo com doce-de-leite de búfalo (uma invenção minha) vejo passar vários treminhões (caminhões que parecem trem) carregados com toneladas de cana.
As delícias de búfalo no Buffalo Bill
O próximo pit-stop é a Pousada do Toque, em São Miguel dos Milagres, que pertence às Pousadas de Charme. O local é paradisíaco e parece pertencer às paginas de revistas de turismo. No restaurante da pousada, peço um polvo à provençal. Delicioso.
Seguindo viagem em direção à Maragogi encontro algo surrealista. Com o cair do sol, por volta das cinco da tarde, passo por dentro de uma cidade e deparo com uma missa sendo celebrada do lado de fora de uma igreja. Esta parece ter sofrido um incêndio e, por isso, o padre colocou o altar e os assentos do lado de fora, às margens da rodovia. Desço do carro e tiro mais fotos. Sinto o cheiro de sabonete no ar. Creio que toda a cidade inteira acabou de tomar banho para ir à missa.
A última parada planejada antes de chegar à Maragogi acontece em Porto de Pedras, onde provo a fritada de aratu (uma torta-omelete recheada com uma espécie de caranguejo local) da Marizete. Em seguida, coloco o carro numa balsa, atravesso um rio, e minutos depois chego ao local de minha hospedagem: um hotel horroroso chamado Bitingui Praia. Infestado com 100% de iluminação fluorescente, o local é local perfeita para filmes de terror. Meu pai também reclama. Como o hotel já estava faturado junto a agência que cuida de minha viagem, sou obrigado a dormir em meio a sapos gigantescos e gatos pretos que circulam do lado de fora do meu quarto.
À noite vou conhecer Maragogi. Encontro uma cidade bem feinha e todos os seus moradores (também feinhos) dançando atrás de um trio elétrico. É dia de festa na cidade (De quê? Não consegui descobrir). Tomo um expresso e volto ao hotel. Ao abrir a porta do quarto, encontro o chão alagado. Malas e sapatos estão encharcados. Junto de meu pai, descubro que a descarga no banheiro estava com problema. Foi de lá que veio a enchente. O próximo passo é encontrar alguém que pudesse nos alocar para um novo quarto. A única pessoa que achamos é um vigia (pelo jeito não há recepcionista à noite neste hotel). Depois de transferir toda a bagagem para um outro quarto sob o olhar de um sapo gigante que insistia em me encarar, durmo.
Domingo amanhece sob a aguaceira de um temporal. “Só me faltava essa”, pensei. Inviabilizado de fotografar, arrumo as malas, sem saber se sigo viagem para João Pessoa ou simplesmente mudo de hotel. Após o café da manhã, faço o check out e vou conhecer outros hotéis da região, dentre os quais o Salinas Maragogi, um mega resort, e a Pousada Caiuia, pequena, charmosa e aconchegante.
Com o passar do dia, as nuvens começam a se deslocar no céu e o sol mostra a sua cara. Faço o check in na Pousada Caiuia e, por ter perdido metade do dia, coloco um turbo na viagem. No início da tarde vou ao Cia da Lagosta provar, claro, lagosta. Maragogi é conhecida por causa de seus arrecifes de corais. Por este motivo é abençoada com fartura de lagostas e polvos.
Em seguida, corro para apanhar o barco que sai para as galés (piscinas naturais localizadas a 6 km da costa). Com máscara de mergulho e tubo respirador, mergulho no mar e vejo várias espécies de peixes, uma imensidão de ouriços por entre as rochas (estranhamente, o ouriço não faz parte dos cardápios da região), uma concha com um bicho olhudo dentro, e até uma serpente do mar (ao vê-la, por ter pavor de cobras, disse a mim mesmo que bastava ficar fuçando avistar mais bichos e voltei para dentro do barco).
À noite, escrevi e tratei fotos na Pousada Caiuua.
Na manhã seguinte, o céu novamente se mostrou coberto de nuvens. Infelizmente, as fotos de Maragogi não serão as mais belas da viagem frente à falta de contraste.
Quero agora destacar mais um ponto alto da viagem: a Pousada Caiuia. Comandada pela simpática Mara, o local é agradabilíssimo. Além de ótima opção de hospedagem, a Caiuia é também um delicioso restaurante. Mara é fera na cozinha e suas receitas são divinas. Ela me contou que recentemente, ao receber o Rogério Fasano, este, empolgado com seu talento, a convidou para estagiar na cozinha do Fasano. Fui embora do Caiuia com a esperança de um dia retornar para curti-la com mais tempo.
Na manhã seguinte, o céu novamente se mostrou coberto de nuvens. Infelizmente, as fotos de Maragogi não serão as mais belas da viagem frente à falta de contraste.
Quero agora destacar mais um ponto alto da viagem: a Pousada Caiuia. Comandada pela simpática Mara, o local é agradabilíssimo. Além de ótima opção de hospedagem, a Caiuia é também um delicioso restaurante. Mara é fera na cozinha e suas receitas são divinas. Ela me contou que recentemente, ao receber o Rogério Fasano, este, empolgado com seu talento, a convidou para estagiar na cozinha do Fasano. Fui embora do Caiuia com a esperança de um dia retornar para curti-la com mais tempo.
Antes de seguir viagem para João Pessoa, meu próximo destino, conheci um dos símbolos de Maragogi, a fábrica de biscoitos Maragogi. Ali, vi biscoitos folhados doces e salgados saindo do forno. Também conheci outra entidade local: o chamado bolo de goma. Este nada mais é do que o biscoitinho que conhecemos como sequilho.
Um comentário:
Então você recomenda a pousada Caiuia? E o que achou do Salinas?
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