16.1.13

TV versus Cinema

Lúcia Guimarães escreveu em sua coluna desta semana no Estadão que "os [Golden] Globes [Globos de Ouro], por indicar programas de TV, reconhecem a melhor fonte de ideias da cultura visual americana. Hollywood produz, em boa parte, filmes para crianças e adolescentes, esgota franquias e, no fim do ano, solta uma mini safra de filmes para adultos, como Lincoln e Argo, para cortejar a temporada de premiações. Já a TV americana exibe drama, aventura e comédia de alta qualidade o ano todo (...). Todos os indicados na categoria de drama dos Golden Globes, (...) são melhores do que a maioria dos filmes lançados em 2012". 

Concordo em parte com as palavras da jornalista. 

Acredito sim que atualmente as cabeças pensantes de Hollywood estão quase todas trabalhando na televisão. As séries dramáticas americanas são infinitamente melhores do que os filmes (a maioria destes é tão ruim que está ficando difícil conseguir assistir a um filme no cinema até o final). Há dez anos, meu amigo Rugani me disse que recusava assistir aos filmes americanos porque já havia se tornado um adulto e que não gostava de histórias infantis. Quando ele me disse isso não havia percebido que seu pensamento era de vanguarda. 

Minha discordância em relação às palavras da Lúcia Guimarães é que não creio que nem mesmo o filme Argo seja para adultos. Confesso não entender o sucesso deste filme. A história é recheada de piadinhas bobas que a gringolândia adora (e pior, acabam se achando "cool" por debocharem de si mesmo; ou de Hollywood, como é o caso no filme) e uma  enrolação tão grande no terceiro ato que servia apenas para tentar fundir (ou confundir?) com "suspense".

Caso queiram assistir algo que nos faça crer que ainda temos neurônios, recomendo qualquer uma das séries de TV que concorreram na categoria drama como, por exemplo, a vencedora: Homeland.



Homeland narra a conturbada relação entre o soldado Brody e a agente da CIA Carrie Anderson.  Brody foi resgatado de uma base inimiga em um país árabe, onde foi torturado durante anos. De volta aos EUA, ele é tido como um herói nacional; exceto para Carrie, que acredita que Brody está planejando um ataque terrorista em solo americano. 


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