Acredito ser uma pessoa bem educada. Mas também imagino que todos devem pensar o mesmo de si próprio. Ou será que alguém confessa ser mal educado? Que não está nem aí em dizer "bom dia" para estranhos no elevador? Ou que prefere mandar uma mensagem de texto ao invés de telefonar para um tio distante no dia de seu aniversário? Mas sabe qual o motivo principal que me faz crer ser bem educado? Quando ganho bombons ou barras de chocolate ao leite e dou um sorriso e digo "muito obrigado".
Quem me conhece sabe que sou um chato em relação a chocolates (tudo bem, em relação a outras também). Só como chocolates com teor de cacau igual ou superior a 50%. Então, prezados parentes e amigos, por favor, parem de me presentear com chocolates ao leite. Pois estes já estão abarrotando o meu armário enquanto esperam surgir terceiros a quem repassá-los.
Antigamente, a única maneira de encontrar chocolates de qualidade era escondendo dentro de malas de pessoas que iam para o exterior. Pois dinheiro para viajar para outros países eu não tinha. Durante a infância, tive que me contentar em triturar pedaços naquelas barras enormes de 1 kg de chocolate meio-amargo usado para derreter e fazer coberturas. O problema era que tinha que juntar alguns meses de mesada para comprá-la. Felizmente hoje os tempos são outros.
Agora adoro passear a passos curtos pela seção de bomboniere dos supermercados em busca do chocolate da semana. As opções são muitas. Pois, Glória Aleluia, as maiores empresas de chocolate com sede em território nacional (leia-se Garoto, Nestlé, e Lacta) decidiram abrir os olhos para este nicho de mercado que inclui os chatos de plantão, como é o meu caso. Ou será que o público consumidor está ficando mais exigente e menos beiçudo? Que está percebendo que a maioria dos chocolates vendidos é feito com a gordura extraída do cacau (manteiga de cacau) e não com o pó do cacau em si?
Além das barras produzidas por estes fabricantes, é possível encontrar chocolates importados a preços que não nos levam a bancarrota. Até mesmo as informações dos rótulos estão mais completas. Alguns até indicam qual o teor de cacau presente em barras de chocolate ao leite. Dessa maneira é possível harmonizar a compra do chocolate com meu estado de espírito. Para dias mais doces, prefiro chocolates mais amargos, com teor de cacau igual ou acima a 70%. Já em dias mais amargos, as barras com teor próximo a 50%.
Outra coisa: se alguém encher sua paciência dizendo empecilhos como chocolate engorda e blá blá blá, use o contra-argumento que um artigo publicado no respeitadíssimo British Medical Journal mostra que as pessoas que comem doces vivem mais tempo do que os que não comem. Ou então diga que a pigmentação da amêndoa do cacau possui feniletilamina, a mesma substância produzida pelo cérebro humano em pessoas apaixonadas.
O chocolate é um derivado do cacau. De suas sementes, secas e torradas, extrai-se o óleo necessário para fazer a manteiga de cacau e o pó solúvel que é a matéria prima do chocolate. Esse processo foi descoberto em 1828 pelo holandês C. J. Houten.
Já em 1875, o suíço Daniel Peter ao juntar leite condensado ao pó e à manteiga de cacau produziu o primeiro tablete de chocolate ao leite. Hoje, o feitio do chocolate é uma combinação de pó de cacau, manteiga de cacau, além de açúcar e leite. A proporção de cada ingrediente varia conforme cada fabricante.
Garoto. Entre as três maiores empresas com sede nacional, a Garoto é, em minha opinião, a que está mais atrasada em relação à qualidade dos chocolates. Do que produz, o que mais gosto é o Talento Intense Amêndoas, que tem preço médio de R$4, possui 55% de cacau e 100 gramas de peso. O lado positivo da Garoto é que seus chocolates, como a linha Talento, são facilmente encontrados em pequenas cidades do interior.
Nestlé. É a empresa que possui os melhores chocolates diferenciados. A linha Gold da Nestlé deve ser louvada por todos os chocólatras. Adoro o Chocolate Nestlé Gold Noir Intense, que tem 70% de cacau e peso de 100 gramas. O único empecilho é o preço, cujo valor médio gira em torno de R$12 a unidade.
Toblerone. Para mim, é o chocolate com o melhor custo-benefício, pois seu preço médio nos supermercados é R$5 pela barra de 100 gramas. Gosto apenas do Toblerone meio-amargo, o da embalagem preta. Importado da Suíça, o chocolate em formato triangular surgiu em 1908 e atualmente pode ser encontrado em mais de 100 países. Sua famosa logomarca remete ao Monte Matterhorn, na Suiça. Dentro dele, poucos percebem haver a silhueta de um urso em pé, o mascote da empresa.
Lindt. Os chocolates dos meus sonhos, entre os encontrados em supermercados de Beagá, são os da marca Lindt. Adoro tanto a linha Excellence, que disponibiliza barras com teor de cacau de 70%, 85%, 90%, e inacreditáveis 99%, quanto a linha Lindor. Desta, gosto do Chocolate Meio Amargo com Recheio Cremoso (da caixa azul escura) e o Chocolate Dark 60% (da caixa preta). Em relação ao preço médio, recomendo ficar atento a promoções, pois varia desde R$10 a R$15.
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