14.12.09

Publicitários com miole mole - Brahma

A partir de hoje não peço mais a cerveja Brahma quando em bares e botecos. O motivo para tamanha indignação se deve à estupidez de seu mais recente comercial, que induz jogadores da seleção brasileira e torcida a agirem como se estivessem em uma guerra. Que idiotice é essa de comparar o esporte à uma batalha medieval?!

Ontem, dia 13/12/2009, abri o jornal O Estado de São Paulo e fiquei contente ao perceber que Ugo Giorgetti (diretor do brilhante filme "Boleiros") dedicou sua coluna dominical para criticar o comercial.

Segundo palavras de Giorgetti, o comercial:

"
consta de uma sucessão de imagens bélicas e melodramáticas, onde supostos torcedores carrancudos, gritam, choram e batem no peito.

Para deixar ainda mais claro a observadores menos atentos que o que se espera realmente são guerras e batalhas, mistura essas cenas com outras, fictícias, devidamente produzidas e filmadas, de um grande exército medieval em ação.

Se as imagens falam por si, o pior é o som.

Vozes jovens alucinadas urrando palavras de ordem num tom ameaçador, histérico, a lembrar manifestações das mais radicais e intolerantes agrupamentos que, infelizmente, existem no interior de qualquer sociedade.

Eu me permito transcrever algumas das frases vociferadas: "Eu queria que a seleção fosse para a Copa, como quem vai para uma batalha!" "Eu quero guerreiros!", "Vamos para a guerra juntos! 180 milhões de guerreiros!" "Sou guerreiro!" No final do filme, num golpe de surrealismo que faria as delícias de Luis Buñuel, o locutor, contrariando o tom anterior de toda a mensagem, recomenda sabiamente: "Beba com moderação."

(...)

E de repente, a razão pela qual penso nele com tanta freqüência me aparece claramente: é que, de certo modo, o confundo com as cenas reais que aconteceram no estádio do Curitiba domingo passado.

Ao revê-las me ocorre uma pergunta: os torcedores que, ensandecidos, fizeram o que fizeram no Paraná seriam "guerreiros" ou "brameiros"?".

(A coluna na íntegra pode ser lida no site do Estadão clicando aqui.


Nenhum comentário: