Aprendi em aulas de dramaturgia que uma história se torna ainda mais forte quando ambos o protagonista e o antagonista estão certos. É o certo versus o certo.
Hoje lembrei desta lição ao assistir uma entrevista do poeta Ferreira Gullar na Globonews.
Falando sobre a guerra entre israelenses e palestinos, ele relembrou de um caso ocorrido durante a FLIP – Festa Literária de Parati – de 2006. Na época, ele participava de uma mesa redonda ao lado de um palestino.
Ao ouvir a tese do colega estrangeiro que defendia o povo palestino, Gullar deu-lhe razão. Entretanto, também seguiu acreditando que o povo israelense tinha lá suas razões. Para o poeta, ambos tinham razão.
Segundos antes de se pronunciar ao público, Gullar entendeu que quando ambos os lados têm razão, não há solução. E citou que sempre que discute com sua companheira Claúdia, ambos defendendo suas crenças, o desgaste é iminente.
“Brigo com ela, mas provo que estou com razão. Ela sai irritada, e passa três dias sem me ligar. Fico aqui cheio de razão, mas triste pra caramba”, lembra o poeta.
Pensando nisso, Gullar não quis defender os motivos que o fazem acreditar que os israelenses também têm razão. Preferiu concluir que: “Não quero ter razão. Quero ser feliz.”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário