Imbróglios a bordo

Quando questino as aeromoças (agora chamadas de "comissárias de bordo" por ser politicamente mais correto) sobre determinado problema da empresa aérea, elas dizem que nada podem fazer e sempre me sugerem a enviar um e-mail para o presidente da companhia através do "Fale com o Presidente".

Recentemente passei por dois imbróglios em vôos da TAM. Desta vez, acatei a sugestão das aeromoças.

O primeiro problema foi ter recebido a mala detonada e estraçalhada ao desembarcar em Belo Horizonte. O que a companhia fez? Disse que não poderiam fazer nada pois não se comprometem em arrumar malas com peso acima de 32 quilos. Ora, por que não me informaram isto no check in?! Bando de %$&$&^*$#@*!!!

O segundo percalço foi uma crise de soluços em pleno vôo após comer uma refeição que se consistia em frango, farofa e arroz (imagina só a secura do prato). Percebi então que o carrinho de bebidas só passa bem depois do carrinho de comidas. Bem, em qualquer restaurante os drinques sào servidos antes da refeição. Por que a TAM não segue esta regra básica da boa mesa?

Depois das respostas do presidente, cheguei apenas a uma única conclusão: ele é um eficiente driblador, sabendo se sair muito bem da marcação alheia.

Segue abaixo a reprodução dos e-mails trocados com o "Fale com o Presidente" da TAM.

E-mail 1:

Meu nome é Rusty Marcellini e fui passageiro dos voos JJ-3893 (Recife-Salvador) e JJ-3217 (Salvador-BH) no dia 18/04/2008. Durante este trajeto, minha mala foi completamente danificada. Ao desembarcar, contactei o supervisor de bagagem no aeroporto de Confins para fazer a reclamação. Seu nome era Rogério, chapa 23933. Ele me informou que nada poderia ser feito em relação à minha mala por ela estar com 33,6 kgs. Rogerio disse que é uma norma da empresa não consertarem malas danificadas com peso acima de 32kg. Considero esta norma um absurdo pelo simples fato de não ser explicitada ao cliente durante o check in. Rogerio disse que o cliente nao sabe desta norma por ser uma especificaçào interna da empresa. Um absurdo! Evidentemente, se eu soubesse que malas acima de 32 kgs, caso danificadas, não seriam consertadas pela empresa, eu teria tirado um livro de dentro da mala e faria o check in com peso abaixo dos 32 kgs. Por nao ter sido informado pela empresa sobre este procedimento, creio ser mais do que justo que a empresa seja obrigação a arcar com um dano por ela cometida. Segue em anexo fotos da mala danificada e demais documentos.

Resposta:

Prezado Sr. Rusty,

Recebi seu e-mail enviado ao serviço Fale com o Presidente e compreendo seus comentários a respeito de sua mala, despachada conosco quando de seu vôo Recife/Belo Horizonte de 18/04. Quando a mala apresenta uma avaria decorrente de um manuseio indevido ou algum incidente em seu trajeto, é aberto um Relatório de Irregularidade de Bagagens (RIB) para que seja feito o conserto ou a substituição. Entretanto, certos danos com a alça, com o ziper ou com as rodinhas são muitas vezes causados pela capacidade de peso da mala ser inferior ao seu conteúdo. Espero contar com a sua compreensão e quero que saiba que permaneço, como sempre, a disposição para conhecer suas opiniões.

Atenciosamente,

Comandante David Barioni Neto

Presidente

Em relação à resposta acima, perceba que minha pergunta foi sobre o porquê não informar ao passageiro durante o check in que a empresa não se compromete com danos em malas acima de 32 kgs.

E-mail 2:

Prezado Sr. Presidente,

Antes de questioná-lo, indago se é mesmo o senhor quem lê este e-mail. Com tanta coisa para fazer pela empresa, por que não delegar esta função a um de seus muitos funcionários?

Bem, mas minha questão é outra. Recentemente tive uma crise de soluços dentro de uma de suas aeronaves. Foi então que percebi que, durante o serviço de bordo, o carrinho das bebidas sempre passa muito tempo depois do carrinho de comidas. Dessa maneira, tenho duas opções: comer minha comida fria junto com o refrigerante ou encará-la quente sem medo de ter eventuais soluços. Sempre optei pela segunda escolha. Entretanto, em no ultimo vôo, me serviram uma “roupa velha” (prato que pertence ao Festival de Culinária Regional e consiste em frango com farofa a arroz). Apesar de saboroso, a receita é um prato cheio (perdão pelo trocadilho) para a vinda de soluços. Bem, mas chega de lero-lero e vamos logo à questão. Em qualquer lugar no mundo (restaurantes, bares, botecos, e biroscas) a bebida é sempre oferecida antes da comida. Dessa maneira, podemos dar uma lubrificada na garganta antes do alimento chegar ao estômago. Por que na TAM isto é diferente?

Atenciosamente,

Um abraço,

Rusty Marcellini

Resposta:

Prezado Sr. Rusty,

Recebi seu e-mail enviado ao serviço Fale com o Presidente e agradeço sua atenção em entrar em contato conosco. Primeiramente, gostaria de dizer que apesar das inúmeras atribuições, faço questão de tomar conhecimento das considerações feitas pelos nossos Clientes. Com relação à sua observação sobre o nosso serviço de bordo, informo que o serviço de refeições é bem mais rápido que o de bebidas. Sendo o tempo médio de nossos vôos um tanto curto, para aproveitá-lo melhor, temos que servir as refeições antes das bebidas. Mesmo assim, quando as comissárias terminam o serviço de refeição, devem ajudar as outras comissárias com as bebidas. Estamos estudando a melhoria desse sistema e, sem dúvida, suas observações nos ajudarão nesse sentido. Quero que saiba que permanecemos, como sempre, a disposição para conhecer suas opiniões.

Atenciosamente,

Comandante David Barioni Neto

Presidente.